sábado, novembro 22, 2008

Antros (luminescentes) vesperais!


I

Inflamados pelo imo do remorso
os resíduos de mim alçam vôo cego
a antros (luminescentes) vesperais:
Imantam a antítese de cada ruflar
de suas asas partidas.

II

Silvos seculares
desviam o decurso do óbito
e nada pode detê-los que,
em velocidade cruzeiro,
descubram em si mesmos
a ojeriza da genuflexão.

Seus gládios de argila e blecaute
e sua trajetória de ida nua
a qualquer inalterabilidade civil
trombam-se com o velho dilema
de suicídios e re-voltas...

III

Valendo-se de suas saliências
esses retículos de urinas semióticas
submetem-me então
metástases poéticas, que são borrões justapostos,
mordaças, vislumbres
e terríveis céus de portos estigmatizados
posto que - de per si - esquartejam
seus limos de arrimos
e elmos de epitáfios ignorados
- Conquanto o Óvni a congeminar-se,
a órbita decorarei!

IV

Agora taí a amplidão em chamas!

- O que dizer da frieza glacial
e dos olhares indiferentes de soslaios
que agonizam no fedor plastificado do lugar?

- O que dizer
dos “rent boys” e “michês” obscenos
que infectos e redundantes profanam
a virgindade do luar?

V

O suor inunda
meus copos embriagados de núpcias
e fica à mercê da sarjeta
até que o meu paladar os perdoe
e não mais atraia como dantes
os goles insensíveis e incolores
dos centauros inflados à fome.

VI

Ai, inóspito chão!
Ai, horrendo engradado!

Afugentar os ébanos e mormaços
sem a candidez das brutas faces
contrapõe à rouquidão
cuja a fumaça em circulo
desonra o propósito de aveludar
a purificação da ternura.
E não ousar (após-revide)
transpassar a órbita esquizofrênica
do instante
magoa-me... contamina-me!

VII

Ai, vesgo grão!
Ai, especiosa sementeira!
Ao céu,
ergo o meu lamento.

© Benny Franklin

Foto: Ana Morkazel

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Um comentário:

Anônimo disse...

Fala, Benny!

Se eu escrevesse assim com vc escreve,
o Nobel seria meu e de mais ninguém...

Parabéns!

Felipe Canté