"Escuta, não dou lições nem
esmolas, quando eu me dou, é por inteiro."
[Walt Whitman]."
I - O poeta é largo:
Orgasmo e cuspo ornado pelo silêncio penetrado;
prostituto deslumbrado
que paira sobre o recinto onde quer que perceba
vômito, ferida, anemia putrefata;
blenorragia incomum de matiz amarelejada
ressoando cheiro de imundícia festivamente abarbada;
lápide que esconde outeiro
e caça universo quando goza
em buracos negros
― e seu jorro inspirador
é distinguido por uma masturbação
única e pessoal,
difundida pela revolução beatnik de Walt Whitman,
o sedutor de Camden.
II - O poeta é agônico:
Irradiação e furor de um boxista no front;
arma de sua fala que gala tal qual uma arma beat;
retrato de satélite russo Sputnik
que se adicionou ao bem dotado mênstruo verborrágico
da procela gramatical;
verme que vive para seus impulsos naturais,
para sua recria e refazimento de seu próprio universo paralelo;
grão que vive e vomita dizeres malditos,
como uma lâmina entre os dentes
a procura de criaturas da noite
sob o extremo da astúcia e do abraço
a procura de criaturas da noite
sob o extremo da astúcia e do abraço
― e seu pião é rodagem que arroja cavos metafísicos;
o que vive de restos de cinzeiros cubanos
e rastros de olhares malditos e insubstituíveis;
é a tradução gêmea do Deus atômico;
o elixir pávulo da vida.
III - O poeta é borra
social:
Ruído de anticorpo estatelando-se no paralelismo da
lauda;
gôzo que supre as felações indormidas;
namorado em gula de sexo
e uma arma letal ainda desconhecida.
O poeta têm anseios mais profundos;
goza verbos rígidos, altivos e concisos,
intensos e diáfanos;
lambe falações poéticas de raios intensos,
cheios de efígies comuns idealistas
― é carcaça nua
e dores indemonstradas.
Um comentário:
uau!
Postar um comentário