segunda-feira, março 05, 2012

Bafos de poemas pêcos



Fotografia By Lee Jeffrey



Para Joe Bennett
[Mago dos Desenhos em Quadrinhos]


I
Ah, Joe!
Vozes mal ejaculadas de poemas pêcos pelo silêncio
[Prostradas sob as impaciências dos lodaçais intermitentes]
Perdem-se nos filamentos dos gêmeos fazimentos.


Nesses tempos de rubras gérberas,
Após um trago, e quando a chuva cai apodrecida,
Desando a falar das mangueiras recheadas de ervas daninhas
Lambuzadas de bafos de azulejos ejaculados pelos casarões de Belém
Como punidas por serem glandes em jatos de gôzo,
Excrementos que jorram ao relento.


Comparado a Ti,
Sou um verme cult em quadrinho,
Símile coloração da verborragia vestida de lubricidade prematura,
Traspasse e rumor da antes-partida.


II
Ah, Joe!
Restos de sonhos expostos às rapinagens dos obituários tristonhos
E Flores baldias de falas indormidas
E Pensamentos e cortinas mangueirícias que se rasgam em pencas
Como domadas por asas desvirginadas,
São lumes de pétalas de alumínio e paralelepípedos de boulevards metafísicas
Que espelham faíscas renitentes em rostos impacientes.


Nesses tempos de gradação cheia de nódoas,
Após um trago, e vendo a manga amarelecer desmerecida,
Desprezo as fêmeas gargalhadas que cingem de féretros
A acidez da fúria.


III
Ah, Joe!
Vômitos sensíveis entopem meu cálice de nada.


Após um trago, e depois da algema recusar o gemido:


Quem chorará sobre uma sepultura sem pedigree?
Quem sairá para colorir as arquiteturas dos enganos?
Qual palavra se afugentará da pontiaguda superfície do verbo?
Qual Deus a Aurora Boreal balbuciará quando o poeta se for?


Aqui, Chopps Bennyanos gemam
à ilharga do ocaso,
Ultimam a tarde oferecendo enxames de orgasmos.


Aqui, Benjaminzeiros de carne e infinito
Não são páreos
Para suas criações carnívoras metamorfoseando-se às claras.


IV
Ah! Joe!
Monstros geniais são línguas insones
E flechas perpétuas abotoadas pelas lágrimas
Das laudas abandonadas.


Ilógicas e lunáticas,
As argamassas das tímidas crucificações
Penetradas por enormes mênstruos poéticos
Com langorosos betumes zunindo alucinadamente
Põem-se à peleja
E miram ventanias de vulvas peraltas
Como punidas
A estancar o sussurro das putas arreganhadas
Expostas à penetração do vazio.


V
Ah, Joe!
Os tempos são outros.


Nota do Autor:
Joe Bennett [Bené Nascimento] é paraense e desenhista exclusivo da  Major Americana DC Comics 



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