Para Oleg Duryagin.
Moendas de
especiosos respiros, egos revoltos
(mademoiselles
cinéfilas em óbito de gozo)
são percings de fendas peraltas
desbastados
pelo russo embriague
e seu ébano-retrato.
Já houve dias
em que o poema da vala
transpassava décimo pecado
de terceiros
semideuses, brochas.
Praticava
sexo com febre palustre,
mas agora, a rigor,
robotizado, desdém
do após-féretro
da efígie.
Oferenda
de sangue à beira do ataúde?
– O ângulo esnoba.
Tétano
de palavras gozadas no motel
da autovia prenhe?
– A Ursa Menor resvala.
Certos circunlóquios e demais artilharias,
lutariam contra isto:
pouso
de sempre-flamas
conflagradas
e ocultando
solúveis cadáveres
das segundas-feiras
(de somenos valia)
de um sempiterno soluço
qualquer.
No poema
duas lentes-demão escondem
o sacrifício do arqueiro:
farol de milha
que em frente ao portrait negro de Oleg
engalana o poema
pois patenteia
o vago de setas a partir.
Perdido em êxtase
um monge
medita em avalanche
e sob quatro angulares alude-me
que eu seja o rugido
que ainda resiste
em alguma Boulevard de Belém
que não se rende
ao logro dos vermes.
© Benny Franklin
Nota:
"Oleg Duryagin", amigo e astro da fotografia mundial, gentilmente me autorizou a usar as suas instigantes fotografias nas postagens dos meus poemas.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
2 comentários:
Olá, peço que, se possível, divulgue o site do poeta Ulisses Tavares (www.ulissestavares.com.br) em seu blog.
Mandando um email para nós você concorre a um livro por semana do escritor!
Desde já agradeço a gentileza.
Abraços!
Benny, teu blog está completamente desfigurado em meu browser.
Quanto ao poema, belíssima homenagem, à altura das imagens.
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